sábado, 2 de julho de 2011

SÃO PAULO À BEIRA DE UM COLAPSO - A MEGALÓPOLE


Já lá se vão longos anos em que se fala do mesmo assunto: São Paulo vai parar. Hoje, vemos uma megalópole à beira de um verdadeiro colapso, com tendência a acontecer a qualquer momento, de uma hora para outra. É como um infarto agudo do miocárdio, com aviso prévio ao paciente. Vários são os assuntos que preocupam naquela grande cidade, seja com a segurança pública, embora São Paulo tenha uma das mais eficientes polícias do país, ainda convive com áreas centrais repletas de traficantes e de consumidores de crac, a céu aberto, seja com a saúde pública, ou ainda com as freqüentes enchentes, que todo ano dão dor de cabeça à população e ao governo. Agora, São Paulo tem perto de sete milhões de veículos, circulando todos os dias pelas suas ruas, praças e avenidas, transformando a cidade em um grande garrafão, onde quase sempre acontecem paralisações monstruosas, que chegam a alcançar mais de cento e quarenta quilômetros. As linhas de metrô estão abarrotadas, as plataformas apinhadas de pessoas que se espremem, na tentativa de alcançar os vagões para embarque. É uma luta de foice, onde ao final do dia as pessoas apresentam hematomas pelo corpo ferido nos empurrões, e até mesmo em brigas por espaço. O assédio às mulheres é uma constante, que não se tem como evitar, além das ocorrências de pessoas presas pelas portas automáticas. O metrô de São Paulo é o mais movimentado em todo o mundo, e em apenas dez anos o volume de pessoas transportadas passou de um milhão e meio por dia, para algo em torno de três milhões e setecentas mil todos os dias. Para entrar nos vagões, há um processo de seleção natural onde os mais fortes entram primeiro e, se sobrar lugar – o que é muito pouco provável – entram os mais fracos. Não há preferência para crianças, ou idosos ou ainda inválidos, prevalecendo a primeira regra. O pior aspecto de tudo isto é ainda mais assustador, pois que trata diretamente da saúde pública. São toneladas de CO2 lançadas para o alto todos os dias, ininterruptamente, provocando a morte de quatro mil e quinhentas pessoas por ano, devido às doenças respiratórias, ao envelhecimento precoce dos pulmões, e ao câncer conseqüentes dos elevados níveis de poluição atmosférica. Em apenas dez anos, São Paulo mata uma população de quarenta e cinco mil pessoas, o equivalente a um município de razoável grandeza. A cidade hoje tem cerca de onze milhões e quinhentos mil habitantes, para uma área de um milhão e quinhentos mil quilômetros quadrados, com densidade demográfica de sete mil e quatrocentos habitantes por quilometro quadrado. Para onde mais ela vai crescer?

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